Pode perguntar!

terça-feira, 20 de maio de 2014

Esta tudo bem

Foto: Lucas Magno

Estamos por aqui ainda e esta tudo bem. Aprendo diariamente com esse tempo de espera. Esse momento em que você não tem mais controle de nada, que só o que você pode fazer é esperar. E na verdade, eu descobri que esse é o momento que você tem que ter mais controle. O de si mesma.

Quando Felipe me disse que teria que voltar a embarcar, e dessa vez sem previsão de data para voltar, eu já comecei um exercício interno de relaxamento. Comecei a falar para mim mesma que tudo tem um propósito e ver o lado bom nesse tempo de espera. E posso dizer, com sinceridade de coração, que tenho curtido. É tudo de dentro pra fora mesmo.

É claro, que não tem sido super tranquilo viver sem meu marido, sem data pra ir nem pra voltar, sem poder planejar muita coisa, sem armário ou estante, sem quadrinhos fofos pelas paredes, mas tenho focado nas coisas boas. No tempo bom com os amigos, aproveitar mais minhas gatinhas enquanto elas são nossas ainda, visitar amigas distantes, receber meu irmão como hóspede, manhãs no Espaço Casa Aberta, frequentar minha igreja, comer feijão da mamãe. Pronto! Já nem olho mais para as roupas espalhadas pelo quarto! Hahaha.

Devo esse controle, e a essa paz que agora habita no meu coração à Deus. Ele que todas as manhãs me invade de uma paz sem tamanha, de um amor sem igual e de uma graça incompreensível.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

leve



Quando soubemos que íamos mudar de país, uma das primeiras coisas que me veio a cabeça foi: "Tenho que fazer um bazar e vender tudo!"

E assim que Felipe me deu o OK, fui toda feliz anunciar para o mundo (para o meu facebook), que em breve faria uma bazar para vender todas as nossas coisas. (No final das contas, eu descobri que nem precisaria fazer uma bazar pra galera toda, já que minha família e amigos próximos compraram 90% de tudo o que temos (tínhamos)).

Nesse tempo de bazar, muitas pessoas me perguntaram meio que espantadas: mas você vai vender tudo? E eu ficava pensando, que não, não iria vender tudo, muitas coisas eu daria, doaria e dei, doei. Mas sim, iria me desfazer do máximo de coisas possíveis. Fiz isso meio que sem pensar, pra mim era bem lógico. Mas depois de algumas sugestões eu comecei a me dar conta que o meu instinto estava certo.

Me sugeriram:
Guardar em um depósito - Gente, tenho horror de imaginar minhas coisas não sendo usadas lá, paradinhas acumulando poeira. E até quando? Vou voltar? Não sei! Bora por pra jogo!

Mandar tudo num container - Oi? Como eu vou saber se minha máquina de lavar Brastemp vai funcionar lá no Bahrain? E se for funcionar, quanto tempo vai levar pra chegar? Quanto é um container? A empresa vai pagar? Aff... no, thanks!

Vender - Sim! Tudo nessa vida tem seus prós e contras, mas para mim essa era a solução que mais cabia no meu estilo de vida e no meu orçamento. A maioria das coisas que tínhamos, ganhamos de casamento, então tava tudo novinho! E eu queria muito que quem comprasse, fossem pessoas legais, conhecidas que curtem essa vibe de re-aproveitamento, amor e cuidado. E assim foi! Vendemos tudo pra pessoas queridas e a energia boa que tava aqui já tá chegando em outras casas. Olha que delícia! E não precisamos fazer nada. As pessoas vinham, pagavam e pegavam! 

Enfim! Isso foi e tem sido uma lição muito legal pra mim e pro Felipe. Nós moramos em um apartamento que eu considero grandinho para duas pessoas. Acumulamos muito mais coisas do que realmente precisamos. Comecei a me desfazer de tudo e pronto! Não sinto falta de mais nada. Dei tanta roupa que descobri que a cômoda que tinha lá no quarto era bem desnecessária. Quanto mais espaço, mais móveis, quanto mais móveis, mais coisas para colocarmos neles. E coisas essas que não precisamos em sua grande maioria.

Colocamos uma meta de levarmos três malas apenas: uma com as minhas roupas e sapatos, uma com roupas e sapatos do Felipe, e uma com coisas pequenas e de valor afetivo que queremos ter com a gente por onde formos e pronto!

Isso pode ser uma loucura pra muita gente, mas para mim tem dado uma sensação de liberdade enorme. Posso ir leve pra onde quer que eu vá. Como eu fico feliz com a ideia de ter pouca coisa! Como é melhor caminhar sem ter que carregar peso, sem deixar nada pra trás! O que vem é tão melhor! E vou de braços abertos, e para isso preciso de menos bagagem possível.

Musiquinha para ser leve: